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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tristeza oculta

A chuva, silenciosa e bruta, não para de cair la fora. Não vejo sequer os prédios que todos os dias estão ali. Um metro à frente, isso é tudo que eu consigo observar. De longe a cor verde de algumas árvores entrelaçam-se com um cinza triste, frio e sem vida.

A chuva...

Cada gota que pinga no asfalto é como um soco que aperta mais ainda o meu coração.

...

Minha garganta está seca...

...

Garganta seca...

....



Sabe quando dá aquele nó no gogó e um embrulho no estômago, misturado com a sensação-montanha-russa? Claro que você sabe... Todos sabem... Todos já sentiram algo assim. É como se estivesse no ápice de um capítulo, na expectativa de que o segredo seja revelado. Mas a chuva continua a cair...

Essa chuva que me incomoda, que me deixa sentir culpado por algo que não fiz ou que fiz, embora não saiba.

Hoje o meu horizonte resume-se a nada, pois não o vejo. Isso me causa ânsia de aflição, vontade de correr, de chorar, de gritar... mas me calo. A quietude desse lugar é inquietante e lá fora o mundo acaba. Aqui dentro meu coração bate forte e frio. Às vezes desacelera. Às vezes para. Às vezes não o tenho.

Qual será o próximo capítulo dessa vida que não se sabe se é apenas o início ou o fim?

Qual será o caminho a percorrer daqui pra frente?

Qual é a melhor forma de viver a vida?

Quem se importa com isso?

Quais segredos você guarda somente para si?

Quais?

Quantas pessoas se molham na chuva e não tem sequer uma toalha para se secar?

Mas o que isso tudo tem a ver com a minha garganta seca e com essa vontade de, de repente, sumir?

Mas o que eu posso fazer se nem mesmo eu sei o que está se passando?

Diga-me, por favor, alguém que possa me ajudar a descobrir os meus medos e a fortalecer as minhas fraquezas.

Deus? O Senhor me ouve?

Então me abrace, me acolha e faça com que essa chuva acabe e que renasça um sol capaz de derreter todos os maus agouros.

Feliz ano novo